domingo, 8 de maio de 2011

ARTIGO É DO EX-DEP. OMAN CARNEIRO - "A PROBLEMÁTICA FEIRA LIVRE DE SOBRAL".

Lamentavelmente, o descaso para com a Feira Livre de Sobral já ultrapassa os limites da tolerância.  O cenário é de guerra, de uma verdadeira guerra pela sobrevivência.

Ali se reúnem por mês mais de 200 vendedores e o movimento diário se dá em torno de, aproximadamente, 600  frequentadores - pessoas  de Sobral e dos municípios circunvizinhos.  Entretanto, ao longo desses 30 anos, a Feira nunca ganhou um espaço decente e condizente com a sua história em nossa cidade.
Como se o problema fosse geográfico, foi transferida várias vezes, tendo ocupado há muitos anos, a Praça João Pessoa; a Praça do Leão (antiga Praça da Meruoca e atual Praça de Cuba); o Mercado Novo (atual Centro de Convenções), o antigo Parque de Exposições (SAIC) e indo e voltando duas vezes para as mediações do Mercado Público (proximidades do Cemitério São José) até ser remanejada há três anos atrás para a antiga sede da RFFSA, onde a precariedade das instalações físicas permeia todos os setores, evidenciando a  elevada condição de insalubridade a que estão expostos visitantes e comerciantes.

São justas as reivindicações dos vendedores -  eles precisam de um galpão  com as mínimas instalações básicas como água, energia e divisões apropriadas, já que ficam expostos ao sol, às chuvas, ao prejuízo e, sobretudo, a todos os constantes riscos. O local nos remete às imagens das feiras livres dos países mais pobres do mundo. Sem qualquer condição de higiene, as pessoas fazem as suas refeições alí mesmo, a céu aberto e sem o mínimo cuidado. Água para beber, somente transportada em garrafas pet. Não existe a estrutura de um refeitório, tão menos de uma copa. Falta até mesmo um container para se depositar o lixo.  Na hora da chuva, as pessoas tentam se proteger na quadra coberta por uma lona furada - espaço ideal para a proliferação do Aedes Aegypt e o avanço da Dengue. 

Em meio a tantos impactos, a Feira ainda tem sobrevivido pelo esforço dos quase 100 vendedores que constituem a Associação dos Vendedores Varejistas Autônomos de Sobral. Num trabalho aguerrido e solidário, eles  encaram essas condições sub-humanas e da forma mais humilde lutam pelo sustento de suas famílias, mesmo que com pouco ou nenhum ganho, já que estão condicionados a  um cenário  que se contrasta à Sobral dos novos tempos, à Sobral que sedia importantes pólos acadêmicos, comercial e industrial.  

Apoio logístico para qualquer orientação, nenhum. Visitas de autoridades alí -  só em época de eleições, mas nunca com o retorno da apresentação de uma proposta efetiva para dar àquelas pessoas um espaço digno. Debates em torno do assunto nunca ecoaram a iniciativa eficaz  ou a prioridade da Feira na pauta das temáticas urbanas e ela está logo alí, aos olhos de quem passa, ao fácil e livre acesso por quem quer que seja, mas ao embargo da falta de vontade em querer mudar aquele cenário e torná-lo um atrativo e agradável espaço para os sobralenses e visitantes que queiram conhecê-lo, sem se envergonhar da tradicional Feira Livre de Sobral.
Fica o meu convite ao novo prefeito Veveu para constatarmos in loco o estado lastimável em que trabalham parte de nossos conterraneos.
(Artigo é do Ex-Deputado Oman Carneiro)

Um comentário:

  1. o ex-deputado Omam Carneiro está equivocado. Esta feira livre, que se encontra no antigo clube da Reffsa era a feira do malandro, que se encontrava em frente ao cemitário São José. Aquela feira lilvre que estava na praça de Cuba, foi instalada no piso superior do Mercado Público. e aquela que ficava no Centro de Convenções foi para o Aprazível.

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