As pessoas voam por necessidade, comodidade, por prazer e pela segurança proporcionada por esses canudos de alumínio impulsionados por turbinas alimentadas a querosene capazes de levar uma massa de 200 toneladas à velocidade de 900 quilômetros por hora. Em um dia qualquer, 13 milhões de pessoas cortam os céus do planeta a bordo de jatos comerciais. Essa metrópole voadora só perde em população para Mumbai e Xangai. Os números mostram que esses 13 milhões de terráqueos voadores estão mais seguros do que os pedestres parados em uma esquina noturna do Rio de Janeiro, de São Paulo, atravessando a rua em Nova York, ou, como gostam de lembrar os pilotos, eles correm menos riscos do que um pacato apicultor, já que mais pessoas morrem a cada ano vítimas de picadas de abelhas do que em desastres aéreos.
Ocorre que a dor e o medo são processados em áreas do cérebro bem distantes daquelas que analisam os números. E, mesmo informados de que o acidente do AF 447 é o primeiro naquela rota em sessenta anos, os passageiros continuarão tendo medo de voar, a estremecer de pavor durante as turbulências e a rezar para que os pilotos lá na frente evitem aquele trecho de tempestades fatídicas do céu sobre o Oceano Atlântico. O AIR FRANCE- 447 - conduzia - 228 passageiros e 12 tribulantes, sendo 126 homens, 82 mulheres, 7 crianças e 1 bebê. DO BLOG - Lamentável o que ocorreu, a nossa solidariedade aos familiares das vítimas. (texto retirado da reportagem especial da Revista Veja - Edição - 2116 )