Esse vídeo sem cortes foi mostrado durante depoimento na audiencia da CPI da pedofilia.
O Monsenhor Luiz Marques, de 83 anos, que foi preso no último domingo, 18, à noite em Arapiraca, em Alagoas, pouco depois de prestar depoimento à CPI da Pedofilia, o seu advogado vai pedir nesta terça feira, 20, a revogação da prisão do reverendo. Pela denúncia, ele tinha relações sexuais com coroinhas da igreja, todos menores de idade. O padre negou ser pedófilo, mas a CPI exibiu um vídeo em que ele mantém relações sexuais com um menino. Também foram presos a secretária e o motorista do padre, que mentiram ao depor na CPI.
Mais dois padres foram acusados de pedofilia. O monsenhor Luís Raimundo Gomes negou ter relações sexuais com menores, mas parentes de ex-coroinhas rebateram. Ele foi proibido pela Justiça de sair da cidade.
Já o padre Edilson Duarte confessou que pagava programas sexuais com menores, feitos na catedral de Arapiraca e pagos com o dízimo dos fiéis. Ele fez um acordo com deputados da CPI para não se preso em troca de prestar as informações.
Com o benefício da delação premiada, o padre contou que os integrantes da Igreja participavam das orgias com menores em uma casa na cidade da Barra de São Miguel. Os padres recebiam apelidos femininos.
O monsenhor Luiz Marques teve prisão decretada pelo juiz Rômulo Valença, a pedido do presidente da CPI, senador Magno Malta (PR-ES). Na casa dele, segundo Malta, foi encontrado um passaporte recém-confeccionado, o que indicaria uma tentativa de fuga.
— Fui condenado e apedrejado, assim como aconteceu com Jesus — disse o monsenhor. Perguntado no depoimento se era homossexual, ele pediu para não responder. A respeito do vídeo, vendido nas ruas da cidade, onde aparece tendo relações sexuais com um coroinha em frente a um altar, o monsenhor disse ser a primeira vez que tinha uma relação sexual. — Até um criança na escola sabe que o senhor não teria uma relação sexual com 83 anos — disse o senador Malta, falando da idade do monsenhor.
Cremes lubrificantes foram encontrados na casa do monsenhor Luiz Marques. Na residência do padre Raimundo Gomes, havia garrafas de uísque, vodca e cerveja.
Quando a CPI anunciou a prisão do monsenhor Luiz Marques, o padre Raimundo chorou. Os religiosos foram chamados de nojentos ao sair do fórum de Arapiraca.
O arcebispo de Penedo (AL), Dom Valério Brêda, citado nos depoimentos, emitiu duas notas, há duas semanas, dizendo ter mandado o caso de abuso sexual contra menores para investigação policial. As acusações de abuso partiram dos ex-coroinhas Fabiano Ferreira, de 20 anos, e Cícero Flávio, 22 anos. Por fax, o governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho (PSDB), disse ao presidente da CPI que os coroinhas receberão proteção policial.
ÚLTIMAS DO CASO - O advogado o Padre Luiz Marques, Edson Maia, deve entrar nesta terça feira, 20, com o pedido de renovação da prisão do sacerdote que que está detido em um dos alojamentos de oficiais do 3º Batalhão da Policia Militar de Alagoas, desde o último domingo.