sexta-feira, 13 de abril de 2012

ARTIGO: "UMA GUERRA QUASE PERDIDA..." Por Oman Carneiro.*


A ação de criminosos e bandidos que, por uma série de homicídios, além de sequenciado tiroteio em via pública e até invasão de domicílios esta semana em Sobral, não imprimiram apenas o clima de guerra, a sensação do terror e a indignação das pessoas de bem, mas expressaram o recado de  por quantas andam a força e a orientação das nossas leis sob o pêndulo da Justiça e a atenção do Legislativo, no que se refere a responsabilidade pela vida e a garantia da ordem pública. 

Ainda que mergulhado na perplexidade e na indignação, assim como ainda se encontram muitos de meus amigos, irmãos sobralenses, procurei me inteirar dos fatos, e mais perplexo e  indignado ainda fiquei ao saber que os elementos que promoveram tragédias e barbárie na mais recente desordem, já eram conhecidos por outros crimes, ambos tendo sido presos anteriormente. Um deles chegando a ser preso duas vezes por mês; o outro, entre o ano passado e este ano acumulou seis registros de prisão. 

Nesse movimento, ainda que com relativa e incerta tranquilidade, acompanhamos a Polícia fazer o seu papel, no que tange à prisão de criminosos ou apreensão dos que cometem na menor idade os mais concorridos e gravíssimos atos inflacionários. Mas, tão logo, a perspectiva dessa tranquilidade se encerra, como já vimos, na porta de delegacias ou comumente, nos primeiros estágios do tramitar dos processos nos fóruns e tribunais de Justiça, quando os mesmos elementos são novamente devolvidos não à sociedade, mas ao crime, às suas facções, pois ao que pensam de inserção na sociedade repercute apenas na sensação que eles têm do livre direito de aniquilar seus valores, deixá-la órfã e submetê-la como refém dos tribunais do crime.

Geralmente, tomamos conhecimento das prisões, mas talvez seja dada agora a necessidade da imprensa passar a divulgar a soltura de elementos que recebam a liberdade condicional, o benefício de indultos ou do regime semi-aberto em que as brechas da lei, infelizmente, acabaram se configurando num grande portal para o crime. Essa divulgação permitiria o olhar mais atento das autoridades de segurança, propondo também a vigilância e a cautela das pessoas no observatório da conduta destes indivíduos, servindo ainda como sólido instrumento para pesos e medidas das leis constantes no Código Penal Brasileiro.

Só para termos noção da gravidade que convoca, principalmente, Legislativo e Judiciário para a densa prestação de contas social, só hoje, durante o turno da manhã, em operação realizada pelos policiais do Ronda, de 17 pessoas abordadas em atitudes suspeitas, 15 respondiam a mais de três procedimentos; dois por homicídio quando menor; os demais acumulando assaltos a mão armada, furtos diversos e tentativas de homicídio, todos respondendo em liberdade, estando a Justiça literalmente com os olhos absolutamente fechados para os atos da ociosidade, ou não muito difícil, da criminalidade.
(*) Oman Carneiro - Presidente do Diretório Municipal de Sobral e Suplente de Dep. Federal - PRB